Tendências de Tecnologia para Viagens em 2025
A temporada de tendências está oficialmente aberta. Este é o momento perfeito para olhar para o que foi realizado, aprender com as lições do presente e projetar o futuro. E nunca houve uma oportunidade mais propícia para refletir sobre os caminhos do turismo, tanto no Brasil quanto no cenário global.
A transformação impulsionada pela tecnologia está redefinindo mercados, mentalidades e criando um novo paradigma de inovação. A inteligência artificial, em especial, vem destravando um potencial sem precedentes, indo além da automação e personalização. Ela está reformulando a operação, a tomada de decisões e a geração de valor para as empresas do setor.
Com ferramentas mais acessíveis do que nunca, desafios históricos do turismo — como a integração de sistemas, a eficiência operacional e a experiência do cliente — podem finalmente ser resolvidos. Não há mais espaço para desculpas: o que antes era visto como uma tendência distante é agora uma oportunidade concreta e tangível.
Inteligência artificial deixa o hype e vai para operações
A oferta de produtos e serviços de inteligência artificial (IA) finalmente deve estar mais presente nas operações das empresas de turismo. Soluções práticas e acessíveis deverão transformar e otimizar processos, reduzir custos e abrir novas possibilidades de inovação. Em um setor ainda repleto de tarefas manuais, a IA não será apenas uma ferramenta; será uma parceira estratégica para equipes humanas.
De tendência para a prática: Para transformar essa tendência em prática, as empresas devem identificar tarefas repetitivas que podem ser automatizadas, explorar ferramentas de IA generativa para personalizar experiências dos clientes e promover capacitações internas que ampliem o uso dessas soluções de forma estratégica.
Interoperabilidade entre sistemas: uma pauta necessária
Mais do que uma tendência, uma necessidade. A interoperabilidade, amplamente adotada em setores como saúde e finanças, precisa se consolidar no turismo para otimizar processos e proporcionar uma experiência conectada e fluida.
Uma reserva de viagem percorre um longo ciclo de vida, desde a criação até sua conclusão. Contudo, a falta de integração entre sistemas ainda gera redundâncias e ineficiências. Viajantes são obrigados a inserir os mesmos dados diversas vezes, enquanto backoffices lidam com informações fragmentadas, por exemplo. A pauta deve estar mais presente nas mesas de reuniões e palcos de eventos.
De tendência para a prática: Empresas devem investir em APIs padronizadas, estabelecer parcerias com fornecedores de tecnologia focados em integração e garantir que a segurança e conformidade dos dados sejam prioridades, criando assim um ecossistema mais eficiente.
Adoção de ferramentas no-code e low-code
Ferramentas no-code e low-code estão democratizando a inovação ao permitir que empresas desenvolvam soluções internas, por exemplo, rapidamente, sem depender exclusivamente de equipes técnicas. Isso é especialmente relevante para o turismo, onde hipóteses podem ser testadas e ajustadas com agilidade.
De tendência para a prática: Para transformar essa tendência em prática, é essencial capacitar equipes no uso de plataformas como Bubble, OutSystems e Airtable, prototipar novas funcionalidades rapidamente e integrar essas soluções a sistemas maiores, mantendo flexibilidade operacional e reduzindo custos.
Assistentes de IA potencializando equipes de desenvolvimento
Ferramentas como o Github Copilot irão atuar mais como impulsionadores da produtividade dos desenvolvedores, automatizando tarefas repetitivas, oferecendo sugestões de código e facilitando a criação rápida de protótipos e algoritmos complexos.
Além disso, terão o papel de aliados no aprendizado e na colaboração, apresentando boas práticas, novas soluções e reduzindo erros, enquanto fazem parte de ambientes de desenvolvimento diversos.
De tendência para a prática: A transformação dessa tendência em prática passa por identificar oportunidades junto aos times de engenharia, mapeando processos e tarefas que podem ser automatizados ou otimizados, implementar agentes assistentes nos fluxos de trabalho e medir os ganhos de eficiência para garantir um impacto positivo e escalável.
Automacão: eficiência como resposta a margens apertadas
A automação deixa de ser uma comodidade para se tornar uma aliada estratégica. Em tempos de margens reduzidas, a eficiência operacional pode ser a chave para a sustentabilidade financeira.
Já em passos largos em outros mercados, impulsionou ganhos de produtividade e aumento significativo das margens operacionais. A automação no turismo desponta como uma oportunidade essencial para quem busca competitividade e crescimento sustentável.
De tendência para a prática: Empresas devem mapear gargalos operacionais e buscar ferramentas que reduzam significativamente os custos como UiPath, Workato. É essencial medir os resultados obtidos para justificar novos investimentos e garantir continuidade.
NDC: o teste final de uma década
Desde seu anúncio oficial, o New Distribution Capability (NDC) vem dividindo opiniões e gerando debates. Embora as companhias aéreas garantam que a tecnologia está pronta, a adoção em massa ainda enfrenta desafios operacionais.
2025 será o ano decisivo para validar a funcionalidade e os benefícios reais do NDC. Será na operação diária que o modelo será colocado em testes reais, com cancelamentos, remarcações, suporte e troca com o mercado buscando ajustar o que for necessário.
Para que isso aconteça, é fundamental que as companhias aéreas promovam debates transparentes com agentes do mercado, apoiem projetos-piloto e forneçam treinamentos para que todos os stakeholders estejam preparados para a transição.
Modernização de sistemas legados: um desafio coletivo
Há diversas plataformas que foram desenvolvidas há anos que são responsáveis por grante parte das operações críticas no turismo. Durante a Phocuswright Conferente, realizada em Phoenix, um dos assuntos quentes foi a necessidade de se pensar em uma discussão mais ampla, mercadológica e não apenas em um espectro de uma empresa apenas.
Escalabilidade, integração e inovação. A modernização dessas plataformas é agora uma prioridade para o setor como um todo. Empresas devem avaliar o impacto dos sistemas legados em suas iniciativas, planejar uma migração para soluções modernas e escaláveis e engajar fornecedores e associações para encontrar soluções coletivas que viabilizem a transformação digital de todo o ecossistema.
Pesquisas conversacionais e contextuais impulsionadas por IA
A evolução de assistentes virtuais promete transformar a forma como os viajantes pesquisam e planejam suas jornadas. Em vez de buscas genéricas, o futuro está em interações personalizadas e contextuais, alinhadas às necessidades reais dos clientes.
De tendência para a prática: Essencial integrar inteligência artificial e processamento de linguagem natural (NLP) para interpretar intenções, preferências e contexto do usuário. Além disso, é preciso aplicar modelos de recomendação dinâmicos e interativos, que ofereçam respostas personalizadas, flexíveis e alinhadas ao comportamento real do viajante.
Sugestão de avaliar modelos como Google Flights Explore, Skyscanner Everywhere e Kayak Explore.Avaliar assistentes virtuais com foco em viagens, como Expedia’s ChatGPT integration e Hopper AI Travel Advisor.
Parcerias tecnológicas inusitadas
2025 tende a ser um ano em que alianças estratégicas, de certa forma, surpreendentes sejam criadas. Essas colaborações têm o potencial de criar ecossistemas robustos e agregar valor tanto para empresas quanto para consumidores.
Um exemplo: A United Airlines integrou a localização do AirTag ao seu aplicativo, permitindo que passageiros compartilhem a posição de suas bagagens com a equipe da companhia para agilizar a recuperação em casos de extravio.
De tendência para a prática: Empresas devem identificar sinergias com parceiros fora do setor, explorar integrações que ampliem a funcionalidade de seus produtos e participar de eventos de inovação para estabelecer relações estratégicas.
Essas tendências não são apenas previsões: representam oportunidades concretas para impulsionar a transformação do setor de turismo em 2025. A tecnologia, quando utilizada de forma estratégica, se torna o principal vetor de inovação, eficiência e competitividade.
Organizações que adotarem uma abordagem proativa, investindo em integração de sistemas, automação inteligente, inteligência artificial e plataformas no-code/low-code, estarão mais preparadas para evoluir como empresa e apoiar o mercado nesse movimento.
Além de otimizar processos e reduzir custos, estarão aptas a oferecer experiências mais personalizadas, fluidas e impactantes para os viajantes. O futuro do turismo está nas mãos de quem souber enxergar a tecnologia não apenas como ferramenta, mas como catalisadora de oportunidades. O momento de agir é agora.