Inteligência artificial já define preços nas companhias aéreas
A brasileira Azul está utilizando precificação dinâmica por meio de IA da startup Fetcherr
As companhias aéreas estão implementando inteligência artificial (IA) para aumentar seus ganhos nos sistemas de reservas. Uma das fornecedoras é a startup israelense Fetcherr, especialista em preços dinâmicos para aviação e possui uma plataforma alimentada por inteligência artificial (IA).
A tecnologia de IA da empresa utiliza modelos de “aprendizagem por reforço”, para simular cenários de preços e determinar as estratégias mais lucrativas, conforme as condições de mercado. O grande modelo de mercado (LMM, na sigla em inglês para large market model) e o sistema de preços de alta frequência da Fetcherr atraíram a atenção de grandes companhias aéreas, como Virgin Atlantic, Royal Air Maroc e da brasileira Azul Airlines.
O CEO e cofundador da Fetcherr, Roy Cohen, disse ao site PYMNTS, que ao prever as tendências do mercado e otimizar estratégias de preços de forma proativa o LMM da startup facilita as informações para tomada de decisões em alta frequência.
De acordo com o especialista, “o aprendizado por reforço é um domínio de aprendizado de máquina em que um agente otimiza seu comportamento por meio de interações com um ambiente dinâmico, guiado pelo feedback de recompensas ou penalidades”.
A Fetcherr utiliza modelos para melhorar e otimizar continuamente as estratégias de gestão de receitas das companhias aéreas. Algumas estão tendo taxas de retorno de dois dígitos. O mercado de viagens e turismo tem sofrido rápidas mudanças, especialmente devido à pandemia, mas utilizar IA nas estratégias de preços faz parte de uma tendência em diferentes setores. Por isso, a Fetcherr planeja expandir suas soluções de precificação de IA para além do setor aéreo.
Questões éticas
A utilização da IA nas estratégias de preços levanta questões sobre potenciais preocupações e preconceitos éticos, e o CEO da Fetcherr disse que tais questões fazem parte do processo de design desde os primeiros dias do projeto. Segundo Cohen, recursos com potencial de projeção tendenciosa são excluídos do acesso ao sistema desde os estágios iniciais.
Outras Aplicações
A IA vem sendo testada por outras companhias aéreas para diferentes funções, desde melhorar a experiência dos clientes a otimizar a eficiência operacional.
A American Airlines e a United Airlines estão usando a IA para gerenciar voos de conexão e seus portões de embarque, e assim evitar ter de gastar com reembolsos. A Delta Air Lines está estudando como a IA pode melhorar a experiência do cliente e agilizar os processos. A Alaska Airlines está usando IA para melhorar a eficiência de combustível e reduzir emissões, otimizando rotas e velocidades de voo. E a EasyJet usa algoritmos de IA para prever melhor a demanda dos clientes e otimizar o preço dos assentos.
A Airbus desenvolveu uma ferramenta de IA, a “Skywise” para monitorar a saúde das aeronaves e prever as necessidades de manutenção. A Boeing está usando aprendizado de máquina para gerenciar sua cadeia de suprimentos e agilizar os processos de fabricação.
Se depender da Fetcherr, outros novos usos devem surgir. A startup mantém o podcast AI.RLINE, no qual fala do profundo impacto da Inteligência Artificial na indústria da aviação, disponível no Spotify e na Apple Podcasts.