Hoteleiros adotam IA, mas com desafios em tecnologia, diz CEO da Cloudbeds
Ao se concentrar na adoção de tecnologia básica antes de mergulhar na IA, a indústria hoteleira pode se posicionar para um futuro alimentado por soluções inteligentes
A inteligência artificial (IA) está transformando indústrias, inclusive de companhias aéreas, planejamento de viagens e itinerários. No entanto, os hoteleiros estão tendo dificuldades para adotar essa tecnologia, mesmo com as previsões de aumento de procura por estadias até 2030.
Para Adam Harris, CEO da Cloudbeds, software de gestão hoteleira criado para atender pequenos e médios empreendimentos no Brasil, por causa da complexidade, entusiasmo e riscos potenciais, empresários de hotéis têm adiado a adoção da IA.
A Cloudbeds tem usado aprendizado de máquina nos últimos 10 anos em áreas como distribuição, escalabilidade de aplicações e tecnologia de bastidores, e agora está aplicando aprendizados em soluções de publicidade, posicionamento online e gerenciamento de reputação.
“Cada hotel é uma arte – o artista é o proprietário, e eles têm um estilo e um conceito, por isso têm que construir seus sistemas em torno de equilibrar o caráter único de um hotel com um serviço eficiente, e a IA pode ajudar, mas requer disposição para passar algum controle aos robôs”, diz Adam.
O executivo ressalta que a indústria hoteleira deve priorizar a educação em torno da IA antes de mergulhar em soluções complexas desta tecnologia. “O fato de termos, em média, 20 sistemas alimentando o cenário hoteleiro cria muitas oportunidades para perda de integridade de dados”, diz o CEO da Cloudbeds.
Ele explica ainda que se a adoção da tecnologia básica for baixa, a adoção generalizada da IA parece ser um futuro distante. “Por exemplo, a fechadura digital – temos a capacidade de controlar essas fechaduras remotamente através dos nossos telefones. Mas apesar de já existir há uma década, apenas 13% dos hotéis utilizam esta tecnologia atualmente”, detalha o executivo.
Ao se concentrar na adoção de tecnologia básica antes de mergulhar na IA, a indústria hoteleira pode se posicionar para um futuro alimentado por soluções inteligentes. “A indústria tem medo da mudança, não da IA. Se quisermos ser técnicos com a IA, precisamos olhar primeiro para os itens menos técnicos, pois, de outra forma, eles atrapalharão a IA”, conclui Adam.