China aposta em IA e realidade aumentada para impulsionar o turismo cultural
Última Atualização: 28/07/2025
- A China está investindo fortemente em inteligência artificial, realidade aumentada e experiências imersivas para transformar o turismo cultural.
- Cidades como Zhuhai, Pequim e Dunhuang já adotam tecnologias que personalizam roteiros, recriam rituais históricos e permitem visitas virtuais a patrimônios milenares, marcando uma nova fase para o setor na alta temporada de 2025.
Tecnologias como inteligência artificial (IA), realidade aumentada (AR) e virtual (VR) estão redesenhando o cenário do turismo cultural na China, que vive um momento de expansão com o início da alta temporada de verão de 2025. Regiões turísticas em todo o país estão utilizando recursos digitais para atrair visitantes e se destacar em meio à crescente concorrência do setor.
A cidade de Zhuhai é um exemplo desse movimento. O município lançou um modelo inteligente de turismo cultural, que atua como um guia digital 24 horas por dia. A plataforma oferece roteiros personalizados, sugestões de atividades e eventos adaptados aos interesses dos visitantes, promovendo uma experiência mais dinâmica e interativa.
A aplicação de tecnologias imersivas também avança em outras regiões. Em Dunhuang, por exemplo, turistas podem explorar virtualmente as famosas Grutas de Mogao com óculos de realidade virtual. Já na Cidade Proibida, em Pequim, é possível visualizar os detalhes do teto do Palácio Yangxin em 360 graus diretamente pelo celular.
Segundo Yuan Shuai, vice-secretário-geral da Aliança da Indústria de Internet das Coisas de Zhongguancun, “tecnologias como inteligência artificial, realidade virtual e gêmeos digitais já operam em áreas como guias turísticos e marketing direcionado”, afirmou em entrevista à agência China2Brazil, publicada pela Exame.
Ele destaca que o modelo de Zhuhai exemplifica como a digitalização vem se integrando aos serviços culturais e turísticos.
Em Pequim, o histórico Templo do Céu passou a oferecer visitas imersivas com óculos de realidade aumentada. O dispositivo funciona como guia interativo e recria o tradicional ritual de adoração ao Céu da antiguidade chinesa. A iniciativa é resultado da tecnologia desenvolvida pela empresa VITURE (Beijing Xinger Wujiang Technology). Segundo Xue Yafei, executivo da companhia, a empresa firmou parcerias com museus e atrações turísticas para reconstruir ambientes históricos por meio de AR.
Para Qiao Guanghui, professor da Faculdade de Turismo e Planejamento Urbano e Rural da Universidade de Comércio e Indústria de Zhejiang, o uso de IA representa “uma oportunidade estratégica para empresas do setor”. Na visão do especialista, as inovações não apenas ampliam a competitividade, mas também elevam o padrão das experiências turísticas, reforçando o valor da cultura local em tempos de transformação digital.