Pesquisa da Booking.com revela o que viajantes pensam sobre sustentabilidade e impacto social
Última Atualização: 28/04/2025
Estudo mostra que tecnologias como IA podem impulsionar escolhas conscientes e redistribuir o impacto do turismo em comunidades locais
A inteligência artificial pode ser uma aliada do turismo sustentável. É o que mostra a nova edição da pesquisa global da Booking.com, divulgada nesta terça-feira (22). O levantamento, que ouviu 32 mil viajantes em 34 países, indica que 93% dos turistas querem fazer escolhas mais sustentáveis em suas viagens — e a tecnologia pode ser o elo entre intenção e prática.
“Ao olharmos para o futuro, também estamos otimistas com o potencial da IA e de outras tecnologias. Nosso objetivo final é facilitar a conexão dos viajantes com uma gama mais diversa de comunidades locais e ajudar a ampliar os benefícios positivos do turismo de forma mais ampla”, afirma Danielle D’Silva, diretora de sustentabilidade da Booking.com.
“Para garantir que os destinos continuem sendo aproveitados tanto por moradores quanto por visitantes, o turismo, a infraestrutura e a inovação precisam acompanhar as boas intenções dos viajantes”, incluiu.“
O estudo revela que, pela primeira vez, mais da metade dos viajantes (53%) considera o impacto do turismo não apenas no meio ambiente, mas também nas comunidades locais. Com esse novo olhar, cresce a demanda por experiências autênticas, economia circular e viagens fora do circuito tradicional.
Para atender a esse perfil, plataformas digitais estão investindo em inteligência artificial para personalizar recomendações, prever fluxos turísticos, sugerir destinos menos saturados e até orientar o viajante sobre a melhor época do ano para visitar determinado local.
Além disso, sistemas automatizados de classificação de hospedagens com base em selos de sustentabilidade e algoritmos que destacam negócios locais ajudam a alinhar o comportamento do usuário com práticas mais responsáveis.
Porém, apesar de a Booking Holdings afirmar em seu último relatório que suas emissões de gases de efeito estufa caíram em 2024, a empresa também anunciou que abandonará uma meta importante: a de ter mais de 50% das reservas provenientes de acomodações sustentáveis até 2027. A empresa justificou que a mudança desta meta ocorreu devido às regulamentações.
Embora essas emissões representem apenas cerca de 1% da pegada total da empresa, elas são mais de 85% menores do que em 2019, em grande parte devido ao uso de mais eletricidade renovável e outras iniciativas, como a instalação de painéis solares em seu escritório em Bengaluru, publicou a Skift.
A pesquisa destaca ainda que 77% dos turistas buscam experiências que representem a cultura local e 73% querem que o dinheiro gasto beneficie diretamente a comunidade visitada.
A IA pode atuar nesse ponto: com recomendações baseadas em geolocalização, histórico de viagens e preferências culturais, é possível direcionar o viajante para restaurantes, lojas e serviços locais, reduzindo a concentração econômica em grandes redes.
Outro destaque é o uso de machine learning para prever picos de demanda e alertar sobre a capacidade de carga dos destinos — uma medida eficaz contra superlotação e pressão sobre recursos naturais e urbanos.
A importância dos dados
Desde 2016, a Booking.com acompanha a evolução do comportamento dos viajantes em relação à sustentabilidade. Em menos de dez anos, o percentual dos que dizem viajar de forma mais sustentável saltou de 42% para 93%.
Esse movimento, segundo o estudo, vem acompanhado de hábitos cada vez mais conscientes, como desligar o ar-condicionado ao sair do quarto (67%), evitar viagens na alta temporada (39%) e buscar destinos alternativos (36%).
Para empresas e gestores públicos, os dados se tornam fundamentais. Sensores urbanos, big data e inteligência artificial poderão oferecer mapas preditivos de impacto turístico, permitindo ações mais rápidas e planejadas — da gestão de resíduos à alocação de recursos em mobilidade urbana e preservação ambiental.