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Agências de viagens e hotéis ainda estão atrasados na adoção da IA agentiva, mostra estudo

Última Atualização: 25/09/2025
Agências de viagens e hotéis ainda estão atrasados na adoção da IA agentiva, mostra estudo

Um novo relatório da McKinsey em parceria com a Skift, intitulado Remapping Travel with Agentic AI (Redesenhando as viagens com IA agentiva), traz uma análise profunda sobre o papel da inteligência artificial agentiva (Agentic AI) no setor de viagens e hospitalidade. O estudo se baseia em pesquisas com 1.002 viajantes e 86 executivos do setor, apontando como essa tecnologia pode liberar todo o potencial da IA para transformar a forma como viajamos e como as empresas operam.

A McKinsey destaca que a indústria de viagens sempre esteve exposta a transformações tecnológicas – da digitalização de reservas à popularização de aplicativos móveis. Agora, o surgimento da Agentic AI, considerada uma evolução da IA generativa, representa um novo marco. Enquanto a gen AI funciona principalmente como conselheira, oferecendo sugestões e recomendações, a agentiva pode tomar decisões autônomas, executar tarefas complexas, resolver problemas e agir com mínima supervisão humana.

Crescimento da IA no setor de viagens

Segundo o levantamento, a adoção da IA vem crescendo rapidamente. Em 2022, apenas 4% das maiores empresas de viagens do mundo mencionavam a tecnologia em seus relatórios anuais; em 2024, esse número saltou para 35%. O interesse do mercado também é evidente: em 2023, apenas 10% dos investimentos de capital de risco em startups de turismo iam para soluções com IA; em 2025, essa fatia já chega a 45%.

Entre os executivos consultados, 59% afirmaram que a IA aumentou a produtividade dos funcionários, enquanto 36% notaram ganhos de qualidade nos serviços e 33% destacaram melhorias na personalização da experiência do cliente. Mais da metade relatou crescimento anual de mais de 6% em receita e economia de custos após a adoção da tecnologia.

Barreiras ainda limitam a adoção

Apesar do entusiasmo, a pesquisa aponta que o setor de turismo e hospitalidade ainda está atrás de outros segmentos em termos de maturidade digital. Entre os obstáculos mais citados estão:

  • dados fragmentados e sistemas incompatíveis, que dificultam o treinamento de modelos de IA;
  • uma cultura voltada ao atendimento humano, que leva empresas a investirem menos em inovação tecnológica.

Assim, muitos projetos permanecem em fase piloto, com ganhos pouco mensuráveis.

Potenciais aplicações da Agentic AI

O relatório destaca usos práticos que podem transformar a experiência do viajante e a eficiência das empresas, como:

  • reagendamento automático de voos e processamento de reembolsos em situações de interrupções;
  • alocação de quartos em hotéis de forma personalizada, considerando histórico do cliente e programas de fidelidade;
  • manutenção preditiva em propriedades hoteleiras;
  • precificação dinâmica em companhias aéreas, ajustada em tempo real de acordo com demanda, clima e tendências de busca;
  • personalização de programas de fidelidade e ofertas complementares, aumentando engajamento e retenção de clientes.

Caminhos para acelerar a adoção

Para que a Agentic AI cumpra seu potencial, as empresas precisarão ir além de pilotos isolados e investir em estratégias digitais robustas, incluindo:

  • infraestrutura tecnológica escalável;
  • capacitação de funcionários para lidar com novas ferramentas;
  • uma cultura corporativa mais flexível e aberta à experimentação;
  • redesenho de processos de ponta a ponta, e não apenas a incorporação pontual de novos sistemas.

O relatório conclui que a tecnologia não muda o “porquê” de viajar, mas pode redefinir o “como”. A Agentic AI promete experiências mais personalizadas, redução de fricções na jornada e maior eficiência operacional, liberando funcionários para se concentrarem no atendimento humano – o elemento que continua sendo a verdadeira essência das viagens.

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