Ryanair mantém foco em eficiência em sua estratégia de inteligência artificial
Última Atualização: 15/07/2025
A Ryanair não pretende embarcar em modismos tecnológicos. A companhia aérea low cost irlandesa está comprometida com uma estratégia pragmática de adoção de inteligência artificial (IA), com foco claro em eficiência operacional e redução de custos, uma filosofia que remonta às origens da empresa.
A visão foi compartilhada por Michael Cawley, ex-CFO e ex-vice-CEO da Ryanair, em entrevista concedida ao PhocusWire durante o evento Phocuswright Europe 2025. Cawley, que ainda atua como diretor independente da companhia, reforçou que a abordagem à IA seguirá o mesmo princípio que guiou o crescimento da empresa: execução implacável.
“Não se tratava de inovação, mas de ‘relentless execution’”, afirmou, ao lembrar que a Ryanair se inspirou no modelo da Southwest Airlines em sua fundação. Agora, esse mesmo rigor está sendo aplicado às novas tecnologias.
Segundo Cawley, os investimentos em tecnologia da Ryanair são estrategicamente divididos:
- 40% são alocados para precificação dinâmica,
- 40% vão para transformação dos negócios, incluindo check-in automatizado,
- e os 20% restantes são destinados à infraestrutura e cibersegurança.
A entrevista também abordou a relação da Ryanair com as OTAs (agências de viagens online). Após anos de tensão, a companhia firmou acordos com diversas grandes OTAs nos últimos dois anos, embora o foco siga sendo a venda direta pelo site da empresa.
“Nunca odiamos as OTAs. Odiávamos o comportamento delas”, declarou Cawley.
Outro ponto discutido foi o desafio enfrentado por companhias aéreas tradicionais ao tentarem operar subsidiárias de baixo custo, algo que Cawley considera um erro comum. Ele também alertou para os riscos da interferência política no setor de aviação, classificada por ele como a maior ameaça à indústria atualmente.