Setor de viagens corporativas investe em IA, mas sucesso depende de estratégia e compromisso
Última Atualização: 29/10/2025
O setor de viagens corporativas está se aprofundando na inteligência artificial (IA). Durante o painel “IA em Ação: Como Gestores de Viagens Estão Desenvolvendo Programas Mais Inteligentes”, realizado na Business Travel Show America, o moderador Chris Davis, editor-gerente do The BTN Group, perguntou à plateia se já utilizavam IA: 75% responderam que sim.
Para Keesup Choe, fundador e CEO da PredictX, esse número mostra avanço, mas uso não é sinônimo de sucesso.
“Há um novo estudo do MIT que aponta que 95% das iniciativas corporativas de IA fracassam”, disse Choe durante o painel.
Segundo o executivo, comprometimento organizacional e buy-in da alta liderança são essenciais para que a IA traga resultados concretos. Além disso, Choe alerta que a IA não deve ser encarada como uma ferramenta ocasional: é preciso desenvolver habilidades aprendidas por meio do uso contínuo e da exploração da tecnologia.
Uso estratégico e multifuncional da IA
Os painelistas destacaram que a implementação da IA precisa ser estratégica, para atender empresas, viajantes e colaboradores em diferentes casos de uso. Andres Fabris, cofundador e CEO da Traxo, explica que a IA é multifacetada e não pode ser tratada de forma genérica.
“A IA está aqui. Está se movendo rapidamente, mas não está distribuída de forma igual”, disse Fabris.
“Se apenas juntarmos tudo e dissermos: ‘Como isso está impactando o setor?’, você vai perder algumas nuances.”
Fabris propõe analisar o impacto da IA em diferentes níveis: viajante, empresa, compradores e fornecedores.
“Acredito que a IA terá impactos dramaticamente diferentes em cada um desses grupos. Podemos analisar os prós e contras individualmente. No caso do viajante—todos nós podemos nos identificar com isso—estamos experimentando alguns benefícios, como insights adicionais, melhores viagens, pesquisas automatizadas e ganhos de produtividade, mas hoje a maior parte ainda acontece no nível dos chatbots.”
Segundo ele, os chatbots são um bom ponto de entrada, mas não podem ser o limite da aplicação da IA.


