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ClickBus discute futuro da IA no transporte rodoviário em evento com Neil Redding

Última Atualização: 28/11/2025
ClickBus discute futuro da IA no transporte rodoviário em evento com Neil Redding

“Descobrimos um novo tipo de fogo”. Neil Redding, futurista e especialista em inteligência artificial, começou com essa provocação sua palestra na segunda edição do Bus Summit, evento promovido pela ClickBus que reconhece e premia as principais viações do transporte rodoviário brasileiro. Em sua apresentação, Neil Redding apresentou uma visão ousada sobre o papel da IA nos próximos anos.

Antes disso, o CEO da ClickBus, Phillip Klien, abriu o painel com uma análise sobre como a inteligência artificial já está transformando a experiência digital no transporte rodoviário. Segundo ele, o comportamento do usuário se tornou “superfragmentado”, com consumidores transitando entre apps, sites e plataformas sem seguir um fluxo linear.

Klien destacou que o desafio das empresas é garantir uma jornada fluida e confiável em meio a tantas opções. “Quem escolhe o canal é o cliente”, afirmou. Ele também reforçou que a ClickBus está investindo para se tornar “a camada de IA do rodoviário”, no B2C e no B2B, integrando dados, modelos preditivos, automações, agentes inteligentes e novas soluções de conectividade, como o recém-lançado MCP, um protocolo que permite que agentes de IA acessem o inventário do setor.

Foto: Anna Gabriela Costa

Os 5 estágios da IA: de ferramenta a parceira biológica

Em seguida, Neil Redding subiu ao palco com uma fala centrada na evolução acelerada da inteligência artificial. Para ele, a IA deixou de ser apenas uma tecnologia e está se tornando um “simbionte”: um organismo digital que opera em conjunto com humanos e sistemas.

Redding descreveu cinco estágios dessa evolução:

  1. Prompt — quando o usuário precisa acionar a IA manualmente.
  2. Participação — sistemas que interagem proativamente.
  3. Delegação — modelos capazes de assumir tarefas.
  4. Iniciativa — quando a IA passa a agir sozinha, tomando decisões e executando ações.
  5. Simbiose — o futuro em que humanos e IA operam de forma integrada, como parceiros.

Segundo ele, 2026 marcará um ponto de inflexão global na forma de interação entre pessoas e IA. “Acredito que descobrimos um novo tipo de fogo.”

Redding explicou que, com acesso a tudo o que é digital e físico em uma empresa — dados, processos, produtos, logística, ambientes de trabalho e perfis de clientes —, a IA poderá conduzir decisões estratégicas, otimizar operações e, em alguns casos, até operar negócios inteiros com mínima intervenção humana.

Esse movimento, diz ele, exige que empresas sejam ao mesmo tempo autônomas e adaptativas, capazes de reagir em tempo real a variáveis rápidas (como preços, clima, notícias e tecnologia) sem perder de vista elementos que mudam lentamente — como o bem-estar das pessoas e a integração com ecossistemas naturais.

Foto: Ann Gabriela Costa

Do ERP ao ecossistema

O futurista também defendeu que organizações precisam abandonar a lógica linear de processos e adotar o que chama de paradigma do ecossistema: modelos que consideram conexões, interdependências e ciclos naturais como parte central da estratégia.

Redding afirmou que grandes modelos de linguagem, treinados com dados humanos, caminham para evoluir em direção a sistemas inspirados em outras espécies e formas de vida, aprofundando a integração com o mundo físico.

Para ele, a verdadeira revolução da IA não está apenas em criar empresas autônomas, mas em cocriar uma nova realidade junto aos humanos: “Se todos nós nos apresentarmos e participarmos plenamente, um futuro próspero e abundante nos aguarda.”

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