Decisão antitruste mantém Google no controle de buscas de viagens; indústria reage
Última Atualização: 09/09/2025
Uma decisão judicial nos Estados Unidos sobre o caso antitruste contra o Google trouxe resultados mistos para a indústria de viagens, mas consolidou a posição da gigante da tecnologia.
O juiz responsável pelo caso determinou que o Google não poderá mais firmar contratos de distribuição exclusivos, mas não foi obrigado a se desfazer do navegador Chrome nem de outras partes do seu negócio. Além disso, a empresa precisará compartilhar parte dos seus dados de pesquisa com concorrentes, uma medida que pode ter implicações a longo prazo.
O veredito foi recebido com cautela pelos players do setor de turismo, que há anos reclamam que o Google privilegia seus próprios serviços nos resultados de busca. Apesar disso, especialistas destacam que a decisão chega em um cenário de transformação tecnológica, impulsionado por inteligência artificial (IA) e redes sociais, que desafia o domínio absoluto da empresa.
“Hoje, em 2025, é menos preocupante”, disse Rod Cuthbert, fundador da Viator, em entrevista ao PhocusWire. “É decepcionante, mas o cenário está mudando tão rápido que o domínio absoluto do Google está se tornando coisa do passado.”
Outros, porém, criticam a medida como insuficiente. Johannes Thomas, CEO da Trivago, afirmou em entrevista: “Embora apreciemos o reconhecimento pelo tribunal do comportamento anticompetitivo do Google, esta decisão não traz as mudanças estruturais necessárias para restaurar uma competição genuína.” Segundo ele, permitir que o Google continue com colocações pagas como padrão mantém a arquitetura do monopólio.
Executivos de grandes plataformas de viagens destacam que a diversificação do tráfego é essencial. Ewout Steenbergen, CFO da Booking Holdings, comentou: “Mas estamos diversificando. O Google ainda é uma parte muito importante do tráfego pago, mas estamos expandindo para redes sociais, e acho isso muito atraente.” Ele também mencionou a aposta em agentes de IA generativa para gerar novas fontes de tráfego no futuro.
Jason Noronha, cofundador da D3x: destacou que o mandato de compartilhamento de índice de buscas pode alimentar ferramentas de viagem inovadoras, impulsionadas por IA, e abrir espaço para motores concorrentes como ChatGPT e Perplexity.