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Onfly investirá em IA e desenvolvimento tecnológico após aporte de US$ 40 mi

Última Atualização: 06/05/2025
Onfly investirá em IA e desenvolvimento tecnológico após aporte de US$ 40 mi

Ao Travel Tech Hub, Elvimar Martins, cofundador da Onfly, fala sobre aceleração de crescimento da empresa com foco na experiência do usuário

A Onfly, startup brasileira especializada em gestão de viagens corporativas, anunciou recentemente a captação de US$ 40 milhões em uma rodada Série B liderada pela Tidemark e com participação da Westland. Com os novos recursos, a empresa pretende acelerar o desenvolvimento tecnológico, com foco especial em inteligência artificial, e expandir sua atuação na América Latina.

“Vamos colocar muita grana no desenvolvimento tecnológico, especialmente em inteligência artificial. A ideia é transformar o nosso atendimento e suporte para oferecer uma experiência muito melhor para o nosso usuário”, afirmou Elvimar Martins, cofundador da Onfly, em entrevista exclusiva à Travel Tech Hub.

Segundo Martins, o investimento também será direcionado para impulsionar as áreas de vendas e marketing.

Mercado imaturo, mas com alto potencial

A Tidemark destacou o potencial inexplorado do mercado de viagens corporativas na região, e Elvimar concorda. “O mercado de turismo brasileiro é extremamente infantil. Especialmente no B2B, ninguém fez bem feito. A gente quer ser esse player forte e bem estruturado”, afirmou. Para ele, apesar dos avanços no segmento B2C com empresas como CVC e Decolar, o mercado corporativo ainda carece de soluções integradas e eficientes.

Um dos diferenciais da Onfly, segundo Elvimar, é justamente a centralização de todos os serviços em uma única plataforma. “Aéreo, hotel, carro, ônibus, seguro, expense, política de viagem — tudo isso no mesmo lugar, integrado ao ERP da empresa”, explicou. “Hoje, muitas empresas compram passagens com um fornecedor, hospedagem com outro e fazem as despesas fora da plataforma. Nosso grande ganho está na eficiência que essa centralização oferece.”

Além da recente ferramenta para detecção de fraudes em despesas corporativas, outras funcionalidades baseadas em IA já estão no radar da Onfly. “Mais de 70% do nosso código hoje é produzido com apoio de inteligência artificial, o que nos dá uma base técnica mais limpa, escalável e eficiente”, afirmou.

Entre as novas aplicações previstas estão recomendações assentos com base no perfil do usuário, além de melhorias no atendimento automatizado. “Mas não queremos criar algo apenas para dizer que usamos IA. Queremos que ela seja integrada ao produto de forma natural”, ressaltou.

Expansão na América Latina

Após estrear no México, a Onfly já tem planos de chegar à Colômbia, Argentina e Chile. Segundo Elvimar, o México funciona como um “projeto piloto” para entender as adaptações culturais e regulatórias necessárias. “Estamos mexicanizando a plataforma. O que muda de país para país é o módulo de faturamento e emissão de nota. O cerne da solução é altamente internacionalizável”, explicou.

“Nós brincamos que talvez no Brasil estamos virando faixa preta. E no México nós somos faixa branca. Estamos entendendo do zero como é que funciona. Assim que a gente entender, vamos sim para Colômbia, Argentina e Chile. Essa é a ideia, fazer essa expansão na América Latina”, completou o cofounder da Onfly.

A empresa espera atingir US$ 250 milhões em GMV (volume bruto de vendas) até 2025, com um crescimento anual de 110%. Para isso, a aposta está em gente boa e visão de longo prazo. “Nosso pilar é Deus no céu e gente na terra. Acordamos todos os dias com a sensação de que estamos atrasados e precisamos correr. Temos um time forte e vamos trazer ainda mais pessoas boas”, disse o executivo.

Mesmo com os avanços tecnológicos, o setor de viagens corporativas na América Latina segue majoritariamente offline. “Muitos hotéis sequer têm um sistema de gestão básico. Falta digitalização. O que não fazemos hoje muitas vezes é por limitação do próprio setor”, destacou Elvimar.

Da dúvida à convicção

No início do projeto, o cofundador admite que não imaginava a proporção que a Onfly tomaria. “Levei um ano para perceber o potencial gigantesco. A gente vinha do varejo, um mercado muito mais competitivo. O turismo, comparado ao varejo, nos pareceu mais acessível, com margem folgada e menos digitalização. Isso facilitou nossa entrada e crescimento”, concluiu.

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